Lição cubana

Guillermo Lora


III - Problema da Direcção


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Já foi dito que o proletariado não está no poder e que nem mesmo conseguiu organizar a sua vanguarda. Repetimos que a revolução cubana está sendo conduzida pola pequena burguesia.

Em julho de 1961, o Partido Socialista Popular (estalinista), o Movimento 26 de Julho e o quase inexistente Diretório Revolucionário fundiram-se no que foi inicialmente chamado de Organizações Revolucionárias Integradas e depois o Partido Unido da Revolução Socialista. Dizia-se que o Partido Unido estava obedecendo à necessidade dum partido socialista para liderar a transformação socialista. Falando claramente, o Partido Unido nada mais é do que um produto da manobra do estalinismo, firmemente determinado a controlar e estrangular a revolução cubana. A estranha forma como nasceu o Partido Unido mostra que aqueles que o patrocinaram não têm outra intenção senão usá-lo como máscara duma política que prejudica os interesses da revolução cubana. Não se trata dum bloqueio de frente, mas dum suposto novo partido de todos os cubanos explorados e não é preciso falar duma vanguarda da classe operária.

A teoria (a teoria leninista sobre a organização do partido marxista) e a experiência ensinam que os partidos revolucionários são o produto dum longo processo e que a sua transformação em organismo de massa reflete o seu amadurecimento político e consciente. O período de gestação dum partido marxista é inevitável, e a sua duração não pode ser determinada a priori, pois é o período em que se estrutura o programa (que envolve discussões teóricas, cisões e fusões) e os quadros indispensáveis ​​para um trabalho extenso. O nascimento do Partido Unido é um fenômeno antinatural, ele vem ao mundo, como Gargântua(1), polo ouvido de sua mãe.

Uma assembleia popular foi forçada a formar o Partido Unido e um suposto programa foi-lhes lido para dizer sim. Isso é mais do que fandango. Os quadros dirigentes dum partido resumem a sua teoria, a sua experiência e a sua tradição e, por tudo isso, não, podem ser deslocados por meio de medidas plebiscitárias.

Este democratismo barato nada tem a ver com os métodos bolcheviques de organização. O programa não é um catecismo que adquire validade porque uma assembleia popular o escuta atónita; é elaborado por meio da assimilação crítica das experiências das luitas de classes dum país e a sua vigência e validade são decididas polos acontecimentos. Somente nessas condições um programa se torna o farol que ilumina a marcha dos explorados. Nada disso aconteceu em Cuba e o programa do Partido Unido nada mais é do que um catálogo de lugares comuns e pode ser definido como uma impostura.

Não é uma fusão ideológica dos grupos pactuantes, que só pode ser alcançada por meio da autocrítica e do confronto de experiências. Na verdade, foi o estalinismo que fundiu o Movimento 26 de Julho para remodelá-lo dentro da estrutura da burocracia contra-revolucionária. O Partido Unido está muito longe de ser a vanguarda revolucionária do proletariado e do povo porque é estalinista da cabeça aos pés. A partir do Kremlin, as operações foram direcionadas para que o Partido Socialista Popular desaguasse para o castrismo e assim pudesse assumir um movimento que sempre combateu. Das forças que convergem no Partido Unido, a que conta é o estalinismo e devemos estudar se ainda pode desempenhar um papel revolucionário. O seu passado, o seu programa e os seus laços internacionais obrigam-nos a responder negativamente.

O movimento obreiro cubano é um dos mais antigos do continente. Nos anos 60 do século pasado (o autor fala do século XIX, nota do tradutor), ocorreram as primeiras greves exigindo salários mais altos e melhor tratamento no trabalho. Em 1875, alarga-se em forma gremial. Em 1878, assumiu a forma de organizações de defesa contra os patrões e abrange um volume numérico impressionante. Em 1889 as doutrinas marxistas começaram a penetrar e o movimento foi canalizado para a construção dum partido socialista independente, ideia difundida polo jornal "El Obrero" de Cienfuegos e polo "Produtor" de Havana, este último liderado por Enrique Roig, um dos introdutores do marxismo. Em 1892, no primeiro congresso operário, foi acordado mobilizar as massas seguindo o lema da jornada de oito horas e foi declarado "que a classe operária não será emancipada até que abraçar as ideias do socialismo revolucionário". Entre 1892 e 1894, contornando a vigilância policial, Carlos Baliño, Diego Vicente Tejera e outros propagaram a doutrina socialista. Baliño era um marxista ortodoxo.

Em 1900 foi constituído o primeiro partido operário, o Partido Popular, sob a direção de Diego Vicente Tejera, e reuniu os elementos de vanguarda do movimento operário. A morte de seu animador contribuiu para a sua rápida dissolução. Graças à campanha do "Clube da Propaganda Socialista" e da "Voz dos Trabalhadores", o Partido Obreiro foi organizado em 1904, como um partido de classe independente. Em 1905, sob a influência de Baliño e do Clube de Propaganda Socialista, declarou-se abertamente marxista e adotou o nome de Partido Obreiro Socialista.

Diante desses antecedentes, porquê uma vanguarda revolucionária de granito da classe trabalhadora não conseguiu se constituir? É porque desde os primeiros momentos o estalinismo penetrou no movimento revolucionário e estrangulou-o e prostituiu-o.

Em 1925 os melhores elementos emergiram da universidade e movimentos sindicais se juntaram para organizar o Partido Comunista (2), entre eles estavam Julio Antonio Mella e Carlos Baliño. Partido declarado ilegal por Machado e seus dirigentes sofreram processos e perseguições.

Em 1926, Baliño morreu, enquanto o instruíam num dos julgamentos de Machado. Mella viveu mais alguns anos e conheceu o tortuoso comportamento estalinista.

O líder comunista participou, em 1927, do congresso antiimperialista em Bruxelas(3), onde foi proposto para trabalhar em Moscovo na Internacional Sindical Vermelha (4), proposta que foi aceita por Losovski, mas tudo desapareceu devido à influência adversa do bem conhecido estalinista Codovilla. Mella logo retornou à América e foi assassinado no México em 1929. Segundo os estalinistas, por um agente de Machado, mas há indícios de que esse agente estava trabalhando em coordenação com elementos estalinistas.

Mella era filho dum dominicano residente em Cuba, comerciante de tecidos. Durante o terror de Machado foi preso e fez greve de fome. Quando foi solto, fugiu da ilha. Estudou na Europa e participou de encontros internacionais. No México recebeu 80 dólares de seu pai como ajuda, quantia que foi quase inteiramente destinada ao movimento revolucionário. A sua companheira chamava-se Tina Modotti, italiana e modelo de arte.

Este jovem marxista teve choques públicos com o aparato estalinista. Opôs-se à táctica de colher "derrotas parciais que enfraquecem o regime capitalista". Em 1928, o suíço Stirner(5)propôs formalmente a sua expulsão das fileiras comunistas. Luitou vigorosamente contra a ideia de transformar Haya de la Torre num líder “comunista” latino-americano, e a sua crítica ao APRA, movimento que tipifica como pequeno-burguês, é notável.

Muito depois de sua morte, ficou estabelecido que o agente estalinista Enea Sormenti, que adotou o nome de Contreras durante a guerra civil espanhola, e mais tarde de Vidali, teve muito a ver com a morte de Mella e que manteve relações estreitas e suspeitas com a Modotti. Não há por que se surpreender que o "oponente" tenha sido assassinado por ordem do Kremlin e que o assassino também estivesse a serviço de Machado.

Em 1940, o Partido Comunista, agora legal, fundiu-se com a União Revolucionária e constituiu o que ficou conhecido como o Partido Comunista da União Revolucionária. Esta operação de fusão ocorreu devido à colheita numérica. Em 1944, respondendo a outra manobra táctica, mudou o nome para Partido Popular Socialista.

O estalinismo cubano se destacou pola sua persistente e longa cooperação com Batista. Em 1940, Juan Marinello, uma das figuras mais visíveis do comunismo, era seu ministro sem pasta. Durante o segundo regime de Batista, os estalinistas Julio Sotolongo, Gilberto Galán(6), Mercedes Chirino(7), Guillermo Pérez Lanuz, Arsenio González e outros menos conhecidos colaboraram com o governo.

As ideias programáticas do estalinismo cubano giravam em torno do slogan central da "unidade nacional", inspirado na tese estalinista de que nos países atrasados ​​a burguesia é revolucionária e não se pode e não se deve falar em revolução socialista, pois estão em período democrático burguês. As cousas em Cuba foram levadas a um extremo inesperado, a unidade dos camponeses com os latifundiários foi defendida. A seguinte foi a tese estalinista:

“A libertação nacional completa requer a concordância de toda a nação, a unidade de todas as forças anti-Hitler e patrióticas num bloco nacional sólido, ou seja, a Unidade Nacional é necessária.

“A Unidade Nacional é uma Unidade maior que a Unidade Popular ou qualquer outro tipo de unidade entre vários setores.

“Quando dizemos Unidade Popular, nos referimos, em geral, à colaboração política e orgânica, estabelecida por meio de organizações, partidos e actividades entre trabalhadores, camponeses e classes médias, a partir dum programa de determinadas demandas.

“Quando dizemos Unidade Nacional, queremos dizer, ao contrário, a colaboração de todas as classes e todos os sectores da Nação, através, fora e acima de organizações, partidos e do Governo, em favor dum objectivo nacional como prevenir o perigo fascista ou alcançar a libertação nacional ou salvar o país duma catástrofe de miséria ou ruína.

“Só cabem as classes populares na Unidade Popular: os camponeses, os operários, os empregados, os profissionais, etc.

“Na Unidade Nacional, por outro lado, há espaço para todas as classes sociais, dos trabalhadores à burguesia, dos camponeses aos latifundiários.

“Por isso, a Unidade Nacional não pode ter como programa atacar ou destruir os interesses de algumas das classes sociais existentes no país, mas sim que todas as suas finalidades devem estar subordinadas ao objetivo de defender o país como um todo...” (“Os fundamentos do socialismo em Cuba”, Blas Roca, 1943).

O estalinismo, incapaz de negar o seu comportamento colaboracionista, esforçou-se para justificar o seu passado:

“Desde 1940 a luita da União Revolucionária Comunista pola unidade tem se relacionado com o fortalecimento do apoio popular ao Presidente Batista, já que ele, com a sua política progressista e decididamente antifascista, personificou a defesa da sua plataforma de Democracia, Justiça Social e Defesa da Economia Nacional contra o ataque e sabotagem de todos os elementos reacionários, pró-fascistas e fascistas, dentro e fora da Coalizão Socialista Democrática.

“O Presidente Batista, com plena compreensão das necessidades impostas pola guerra contra o Eixo, personificando a vontade de toda a Nação e contando com a Coalizão Socialista Democrática, convocou com insistência todos os partidos e todos os cubanos para estruturarem organicamente a Unidade Nacional por meio do Governo ”. (Idem, Blas Roca)

Assim nasceu a tese estalinista de que existem dous Batistas: o bom e o mau, sutilezas que nunca foram aceitas por Castro e seu movimento.

Esse passado tenebroso determinou o isolamento total do estalinismo das massas, mesmo até depois de 1959. A sua influência sindical caiu drasticamente.

A forma como o estalinismo se opôs e luitou contra o movimento de Castro no primeiro período da revolução foi apontada. Em agosto de 1958, o Partido Popular Socialista defendeu a unidade de todos os oponentes, para que tal bloco pudesse ganhar as eleições. Essa táctica foi repudiada polo Movimento 26 de Julho.

Durante os primeiros sete meses que se seguiram à revolução, os dirigentes sindicais acusados ​​de terem colaborado com o regime de Batista foram expulsos. Aqueles que perderam os seus empregos por motivos políticos foram reintegrados. Um Diretório Provisório de nove membros, presidido por David Salvador, foi estabelecido para assumir o comando da Confederação dos Trabalhadores de Cuba com seus 1.200.000 filiados. Nas eleições ordenadas nas federações industriais, o Movimento 26 de Julho venceu amplamente os estalinistas. Já indicamos que 28 das 33 federações industriais da Confederação Operária de Cuba dominavam os castristas.

Como Castro poderia chegar a um acordo com o estalinismo, cujos terríveis antecedentes são de domínio público em Cuba? De longe, vê-se que o acordo foi produto de poderosas influências estrangeiras, especificamente de Moscovo.

Somente em 1958 o estalinismo mudou a sua orientação, e isso apenas na metade. O dirigente do Partido Popular Socialista Carlos Rodríguez se constitui na Serra Maestra para cumprir as funções de articulação com o Movimento 26 de Julho.

O estalinismo antes de 1959 havia deixado de ser a vanguarda do proletariado e estava abertamente localizado no campo da contra-revolução. Só um milagre poderia transformá-lo num partido revolucionário e esse milagre não ocorreu e não acontecerá.

A fusão do Movimento 26 de Julho e do Partido Popular Socialista beneficiou exclusivamente o estalinismo, uma vez que lhe permitiu controlar o processo e aparecer como um partido de massas. A pior parte corresponde ao castrismo, que se tornou praticamente prisioneiro do PSP. A fusão, feita com relutância polos revolucionários de Sierra Maestra, prejudica seriamente Cuba e a revolução internacional.


Notas de rodapé:

(1) Gargântua é o segundo volumen da pentalogía de romances do escritor francés François Rabelais publicado em 1534 sob o título “La vie très horrifique du grand Gargantua, père de Pantagruel” (A vida mui horrífica do grande Gargântua, pai de Pantagruel). Nele relata-se o nascimento miraculoso do gigante após a gestação de onze meses. O gigante Gargântua nasceu pedindo cerveja e com uma ereção de varias jardas de comprimento. (retornar ao texto)

(2) Para conhecer mais sobre os inicios do Partido Comunista de Cuba cumpre ler o artigo no Granma da autoria de Pedro Antonio Garcia: El primer Partido Comunista de Cuba - http://www.granma.cu/cuba/2015-08-16/el-primer-partido-comunista-de-cuba (retornar ao texto)

(3) Sobre este grande revolucionário cubano são de suma importancia consultar: ¿Quién fue Mella? (em espanhol na página Alma Máter):
https://web.archive.org/web/20090423051742/http://www.almamater.cu/sitio%20nuevo/paginas/dossieres/2009/mella/mella.html;

na página web do Partido Comunista de Cuba:
https://web.archive.org/web/20060519093906/http://www.cuba.cu/politica/webpcc/julio.htm,

uma pequena biografia na web do Partido Comunista Cubano:
https://www.pcc.cu/personalidades/julio-antonio-mella-1903-1929;

na página web do governo de México:
https://www.gob.mx/agn/articulos/agnrecuerda-a-julio-antonio-mella

um estudo marxista em espanhol da autoría de Carlos Ricardo Márquez de 2 de fevereiro de 2021, pode-se ler em: Julio Antonio Mella e o trotskismo:
https://www.marxist.com/julio-antonio-mella-y-el-trotskismo.htm

Sobre o assassinato de Julio Antonio Mella é de salientar o estudo publicado em Notimérica:
https://www.notimerica.com/sociedad/noticia-quien-mato-revolucionario-cubano-julio-antonio-mella-20180110091938.html

e o artigo assinado por Pedro Salmerón Sanginés no jornal mexicano La Jornada intitulado: O assassinato de Julio Antonio Mella (escrito em espanhol):
https://www.jornada.com.mx/2019/02/05/opinion/014a2pol

O texto de doutorado de Laura Beatriz Moreno Rodríguez também se destaca como de indubitável relevância (ver páginas 193 a 231) “MÉXICO FRENTE AL EXILIO CUBANO, 1925-1940”:
https://mora.repositorioinstitucional.mx/jspui/bitstream/1018/156/1/Laura%20Beatriz%20Moreno%20Rodr%C3%ADguez%20_%20M%C3%A9xico%20frente%20al%20exilio%20cubano.pdf

O texto de: El asesinato de Julio Antonio Mella: informes cruzados entre México y Cuba:
https://es.scribd.com/document/348424057/Julio-Antonio-Mella-100-anos-pdf

Leiam-se, também os escritos seguintes:
Antonio Saborit, Política e escândalo. Tina Modotti e o crime na rua Abraham González:
https://www.estudioshistoricos.inah.gob.mx/revistaHistorias/wp-content/uploads/historias_30_79-96.pdf

Sormenti, o assassino de Julio Antonio Mella, na revista cubana Bohemia, páginas 12-13 e 131-132 dos escritores Guenther Reinhart e Karl Hess, disponível neste link:
https://dloc.com/UF00029010/00001/1x

É de grande importância o artigo de Celia Hart Santamaria publicado em 16 de janeiro de 2006 no jornal digital Rebelión sob o título: ¡Julio Antonio!..»Hasta después de muerto»…
https://rebelion.org/julio-antonio-hasta-despues-de-muerto/

e o estudo de María de las Nieves Rodríguez Méndez da Universidade Autónoma de México sob o título: JULIO ANTONIO MELLA, EL CRIMEN DEL IMPERIALISMO (Americanía. Revista de Estudios Latinoamericanos. Nueva Época (Sevilla), n. 5, p.436-462, ene-jun, 2017).

Uma seleção de textos podem ser lidos em:
https://issuu.com/movimientocomunistamexicano/docs/julio_antonio_mella_selecci__n_de_t;

textos digitalizados na página do MIA em espanhol:
https://www.marxists.org/espanol/mella/index.htm

e o volumen I de Textos Escolhidos em espanhol:
https://www.marxists.org/espanol/mella/mella-textos-escogidos-tomo1.pdf (retornar ao texto)

(4) Veja-se no Arquivo do MIA:
A Internacional Comunista e a Internacional Sindical Vermelha (A Luta Contra a Internacional Amarela de Amsterdã)
e no Arquivo em inglês: https://www.marxists.org/history/international/profintern/index.htm (retornar ao texto)

(5) Leia-se o artigo: A relação entre a Internacional Comunista e a América Latina: episódios do revolucionário suíço Alfred Stirner da autoría de Vítor Jeifets e Lazar Jeifets da Universidade Estadual de São Petersburgo, em espanhol, no arquivo: https://www.archivosrevista.com.ar/numeros/index.php/archivos/article/view/13/13 (retornar ao texto)

(6) Veja-se no América Latina en la Internacional Comunista (1919-1943). diccionario biográfico, CLACSO, pp. 253-254, disponível em:
https://www.jstor.org/stable/pdf/j.ctvt6rk8c.8.pdf?refreqid=excelsior%3Ae435e8ee1f6201e66d4dcb83a24f63eb (retornar ao texto)

(7) Leia-se o artigo em espanhol: La mujer en Cuba - https://cubatecuenta.com/2021/04/01/la-mujer-en-cuba/ (retornar ao texto)

Inclusão: 28/06/2021