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Camaradas: Antes de tudo desejaria felicitar-vos pela vitória que coroou a grande guerra sustentada por todo o nosso povo. O inimigo foi batido e nossa justa causa triunfou. Nessa guerra extraordinária, as mulheres não se limitaram a apoiar o exército com seu trabalho na retaguarda; elas participaram da luta de maneira direta, com as armas na mão.
As jovens que tomaram parte direta na guerra, foram admitidas no exército depois de selecionadas entre muitos milhões e tendo-se em conta sua instrução, cultura, estado de saúde, têmpera física e inclinação por uma ou outra especialidade militar. Em resumo, penso que acorreu à frente o melhor de nossa juventude feminina e é muito lógico que se tenha comportado mais do que satisfatoriamente.
A guerra terminou, agora vos desmobilizam. A participação na guerra não é coisa fácil, mas tampouco será fácil para vós a desmobilização. A coisa é uma quando se desmobiliza um kolkhoziano, por exemplo; ele tem um objetivo concreto: regressa ao kolkhoz onde o espera a família, sua mulher e filhos.
Ademais, a coisa não se limita a isso. A igualdade da mulher existe em nosso país desde os primeiros dias da Revolução de Outubro. Mas conquistastes a igualdade da mulher num novo domínio: na defesa da Pátria com as armas na mão. Conquistastes a igualdade da mulher num terreno em que, até agora, ela não tinha atuado tão diretamente.
Mas eu, homem ensinado pelos anos, quisera dizer-vos que não vos envaideçais em vossa futura atividade prática. Não sejais vós quem fale de vossos méritos; que deles fale o povo. Isto será melhor.
Olho-vos com otimismo, contemplo vosso futuro com otimismo. Creio que desempenhareis um importante papel em nossa vida pacífica. Talvez esses papel não seja tão visível como no exército, mas dareis uma contribuição à construção de paz.
Por mais brilhante que seja a situação de guerra, por mais que una as massas num todo, por mais que exalte os melhores sentimentos do homem, por exemplo, o patriotismo, não constitui, apesar de tudo, mais do que um episódio na história dum país, ao passo que a vida pacífica é seu estado normal, no qual agora devereis atuar.
Desejo-vos de todo o coração que tragais também para esta vida pacífica uma parte das fôrças criadoras que tendes acumulado.
(Atroadores e prolongados aplausos. Todos se põem de pé e saúdam calorosamente o camarada M. I. Kalínin).
Inclusão | 16/04/2013 |