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7. Resumo
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Apresentamos, de forma breve, as principais tendências teóricas nos movimentos feministas da forma que se desenvolveram no Ocidente no período contemporâneo. Enquanto o debate com o marxismo e dentro do marxismo dominou a década de 70, nos anos 80 o feminismo culturalista com sua agenda separatista e seu foco nos aspectos culturais da opressão às mulheres veio à tona. Questões de escolha sexual e do papel reprodutivo da mulher viriam a dominar o debate e as discussões nos círculos feministas. Muitas feministas socialistas também deram importância a tais questões ainda que não da maneira extrema como as feministas cultu- ralistas o fizeram. A transformação da família heterossexual virou a principal bandeira do movimento feminista burguês e suas seções mais ativas tentaram colocar isso em prática. Ainda que muitas delas tenham visado uma mudança em todo o sistema social, desta forma, de fato, tornou-se uma abordagem reformista o que tentaram teorizar. O pós-modernismo fez sentir sua influência da década de 90. Ainda assim, nos últimos anos desta década o marxismo recomeçou a ganhar importância enquanto teoria dentro das análises feministas.
Essa análise crítica da maneira como o movimento feminista (particularmente as tendências radical e socialista) fez a análise teórica sobre a opressão da mulher, das soluções que apresentou e das estratégias que veio a traçar para tocar o movimento adiante, nos faz concluir que falhas em suas teorias o levou a defender soluções que empurraram o movimento para um beco sem saída. Apesar do tremendo interesse gerado pelo movimento e do extenso apoio que recebe de mulheres que buscam entender seu próprio descontentamento e seus problemas, o movimento não foi capaz de se desenvolver de forma consistente e de base ampla, para incluir não apenas as mulheres de classe média, mas também as da classe trabalhadora e dos setores etnicamente oprimidos. Suas principais fraquezas teóricas e estratégicas são:
Como análises teóricas incorretas e estratégias equivocadas são capazes de afetar um movimento pode claramente ser observado no caso do movimento feminista. Ao não compreender a opressão da mulher como conectada à ampla exploração socioeconômica e à estrutura política, ao imperialismo, têm procurado soluções dentro do próprio sistema imperialista. Tais soluções, no máximo, beneficiaram um setor de mulheres da classe média, mas deixaram as vastas massas de mulheres oprimidas e exploradas distantes de sua libertação. A luta pela libertação das mulheres não pode vencer isolada da luta pela derrubada do sistema imperialista.
Inclusão | 30/09/2019 |